LESÃO DA CARTILAGEM ARTICULAR

Cartilagem articular é um tecido especializado presente nas articulações que possui função de absorver impactos, ajudando nos movimentos de flexão e extensão do joelho e diminuindo o atrito entre os ossos. É uma estrutura formada basicamente por água (80%), colágeno tipo 2 e condrócitos, únicas células presentes na cartilagem responsáveis pela síntese e reparação das lesões. A cartilagem articular caracteriza-se por ser avascular e aneural, motivo pelo qual as lesões têm difícil reparação. Por ser uma lesão bastante frequente, muitos estudos são realizados no mundo inteiro na busca de novas terapias para o melhor entendimento destas ocorrências.

Quais são as causas da lesão da cartilagem articular?

Dr. Edgard – As traumáticas, as degenerativas pelo envelhecimento e as relacionadas às sobrecargas de repetição.

Quais são os sintomas?

Dr. Edgard – Dor, limitação articular, crepitações, inchaços e travamentos por bloqueios articulares.

Qual médico devo procurar em caso de sintomas de lesão da cartilagem articular?

Dr. Edgard – Um especialista em joelho. E uma forma de escolher esse profissional é o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho: www.sbcj.org.br.

Como é feito o diagnóstico da lesão da cartilagem articular?

Dr. Edgard – Com verificação da história clínica do paciente, exame físico e exames de imagem.

Como se dá o tratamento?

Dr. Edgard – Depende de alguns fatores como idade, tipo e tamanho da lesão, e associação com outras lesões. O tratamento inicialmente, dependendo destes fatores, pode ser conservador, com melhora da função, constando de fortalecimento muscular, reequilíbrio dos grupos musculares envolvidos e retirada da carga em alguns casos. Vale a pena ressaltar que a cartilagem necessita de movimento do joelho, pois sua nutrição é realizada pela difusão pelo líquido sinovial. Outras opções de tratamento não-cirúrgico englobam medicamentos e infiltrações com ácido hialurônico.

Quando o tratamento conservador falha, optamos pela cirurgia, procedimento que pode ser reparativo ou reconstrutivo. Entre as cirurgias mais realizadas, destacamos a microfratura, que consiste em fazer perfurações no osso para que, com formação de um coágulo, forma-se um tecido fibrocartilaginoso. Também há a mosaicoplastia, que é um transplante em que são retirados plugs ósseos – do próprio paciente, de uma área onde não há carga do fêmur distal -, que são transferidos para o defeito ósseo. Dependendo ainda do tamanho da lesão, outras técnicas estão disponíveis, como os enxertos de cadáver para lesões maiores, membranas de colágeno e culturas de condrócitos. Após a realização destes procedimentos, há um período intenso de fisioterapia, que vai depender do tipo de técnica empregada.