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CONDROPATIA PATELAR 

O que é condropatia patelar?

Dr. Edgard – É o amolecimento da cartilagem da patela, que pode ser representado clinicamente pela dor na frente dos joelhos, observado particularmente nas mulheres entre os 20 e 30 anos que começam a praticar atividades físicas. A condromalácia ou condropatia patelar faz parte de uma condição clínica chamada síndrome patelo femoral, sendo muito frequente nos consultórios e representa um grande desafio no que diz respeito ao diagnóstico e à abordagem correta no seguimento destes pacientes.

É importante entender que o joelho é uma articulação composta por três ossos que são a patela, o fêmur distal e a tíbia proximal envolta por tecidos periarticulares e deve ser compreendida como um motor que deve absorver, dissipar e transmitir forças (Scott Dye, 1996). Qualquer alteração que leve a um desarranjo destas estruturas pode levar a um dano tecidual.

Quais são as causas?

Dr. Edgard – As causas principais são as anatômicas, observadas principalmente nas mulheres, como os joelhos valgos, ou seja, para fora; associados com o quadril mais largo, que pode levar a uma sobrecarga na região lateral da patela; alterações no formato entre a patela e a tróclea, que é o encaixe (trilho) da patela quando se movimenta o joelho; desequilíbrios musculares, atividades de impacto que forçam os joelhos. Geralmente a dor ou o desconforto encontrado nestes pacientes não são causados pela condropatia e sim pelo aumento da inflamação na gordura de Hoffa (Hoffite), sinovites periarticulares e pelo aumento da pressão intraóssea no joelho.

Quais são os sintomas?

Dr. Edgard – Os mais frequentes são o Sinal do Cinema, que é representado pelo desconforto que o paciente sente quando fica com joelho dobrado por muito tempo, piora da dor para subir e descer escadas, crepitação ou sensação de areia nos joelhos para se movimentar, inchaços, travamentos e claudicação.

Como é feito o diagnóstico?

Dr. Edgard – Pela história clínica, quando o médico pode ouvir atentamente a queixa do paciente; pelo exame físico com o objetivo de encontrar possíveis alterações que justifiquem os sintomas; e pelos exames de imagem, sendo que a ressonância magnética é o exame que observa eventuais alterações na cartilagem de forma menos invasiva, caracterizando o comprometimento exato da lesão condral.

Como é feito o tratamento?

Dr. Edgard – Deve ser direcionado na identificação dos fatores que estão sobrecarregando a articulação do joelho e a sua biomecânica. Inicialmente, deve-se diminuir a sobrecarga dos exercícios, sendo importante ressaltar que a atividade física deve ser liberada respeitando os limites de dor do paciente; além dos medicamentos analgésicos; gelo na fase aguda; e diminuição do peso corporal, pois a obesidade também pode piorar o quadro de desconforto.

No processo de reabilitação devemos enfatizar o fortalecimento muscular com a ativação do músculo quadríceps lembrando do conceito que o joelho funciona como um motor e deve absorver, dissipar e transmitir forças para trabalhar em homeostase (Scott Dye ,1996); ativando e melhorando a força muscular, sempre respeitando os graus de movimento articular com o objetivo de não sobrecarregar mais a articulação. Além do fortalecimento do quadríceps femoral, devemos priorizar o fortalecimento muscular do quadril e da pelve com melhora do valgo dinâmico e melhorar a flexibilidade do paciente.

Em algumas situações em que observamos inibição acentuada do quadríceps e dificuldade na realização dos exercícios, podemos indicar a viscossuplementação, que consiste na aplicação intrarticular de ácido hialurônico para melhorar a viscosidade articular e proporcionar melhora da analgesia com objetivo de retornar aos exercícios de fortalecimento muscular.

Nos casos em que o tratamento conservador não apresenta melhora dos sintomas e são observadas lesões condrais profundas e alterações anatômicas importantes, o tratamento cirúrgico pode ser indicado.

Bibliografia: Dye SF.Clin Orthop Relat Res.1996.

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